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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

RETORNO DOS ALUNOS

RECEBA BEM OS ALUNOS..

ANTES DE ENTRAR EM SALA LEMBRE-SE DOS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO DO SÉCULO 21.
1- APRENDER A CONHECER
2-APRENDER A FAZER
3-APRENDER A CONVIVER
4- APRENDER A SER

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

UM BOM PROFESSOR, SEMPRE!

O Pedagogo na Escola - Luzia Bontempo

Há anos, as instituições de ensino contam, em seu quadro de pessoal, com o pedagogo como profissional, especialista de educação. No entanto, essa presença não tem conseguido interferir significativamente na qualidade dos serviços que a escola vem prestando à sociedade. Apesar da grande expansão dos cursos de pedagogia em todo o País, assistimos ao verdadeiro declínio do ensino brasileiro, ano após ano.
A ação do pedagogo junto aos professores tem se revelado insuficiente, inadequada, pouco expressiva, pois, ao sair da faculdade, ele parece estar apto a pensar criticamente a educação sem, no entanto, saber fazê-la.
Afinal, o que é ser pedagogo? O que se espera de sua atuação? O que ele faz, realmente, quando planeja, quando implementa a qualidade do ensino, quando acompanha e avalia a prática, quando estuda com o professor ou quando busca a integração da escola com a comunidade? O que quer alcançar? Quais são as funções que ele exerce na escola e que não deveria exercer? Essas e outras tantas questões são formuladas cotidianamente por quem acompanha a vida escolar dos filhos.
Desde sua origem, o pedagogo é aquele que ensina, que sabe empregar a pedagogia. Espera-se que saiba como ensinar e como mobilizar as diferentes áreas do conhecimento, para fazer educação com qualidade. Deve ser capaz de responsabilizar-se, com o professor, pelo pleno desenvolvimento das potencialidades do educando, conforme determina a legislação vigente. Seu objeto de ação é o desempenho docente, do ponto de vista das competências básicas do professor, na operacionalização do projeto político-pedagógico da escola.
Cabe ao pedagogo exercer a liderança do sistema educacional, seja na gestão do ensino, na supervisão ou na coordenação pedagógica. Para isso, ele precisa sair da faculdade capaz de efetivar o trabalho coletivo na escola, sabendo promover a integração das competências de todos, contribuindo para o crescimento e a profissionalização dos educadores, despertando, em cada profissional, o desejo de atuar de forma diferente, conferindo-lhe ânimo para romper com a rotina cansativa que apaga a alegria de aprender da maioria dos alunos, construindo uma equipe de trabalho eficiente e uma escola de vanguarda.
Bem assessorado pela liderança de um bom pedagogo, o professor inova com criatividade e segurança, sem se sentir sozinho na construção da própria competência pessoal e profissional. Pode contar sempre com a parceria de alguém capaz e disponível.
O pedagogo atuante favorece a formação de grupos de estudo, fortalece a interação humana na escola, melhora o clima organizacional de maneira significativa, estimulando o respeito mútuo e a boa convivência.
Para bem atuar no enfrentamento de suas funções no cotidiano da escola, é necessário saber com muita clareza o que é essencial, o que é importante e o que é acidental. Mas não basta só saber. É preciso querer e priorizar fazer só o que é necessário a cada momento. O pedagogo realmente competente só tem tempo para o que é essencial em seu campo de atuação. Ele deve procurar executar a essencialidade com muito esmero, dando atenção aos detalhes, garantindo o sucesso em tudo na primeira investida, evitando o desperdício de esforços e de tempo, agindo como estimulador cultural, criando condições necessárias à conquista de melhores resultados operacionais, vencendo, uma a uma, as amarras do tradicional em seu trabalho, sem medo de errar, evitando ser um tarefeiro, pau para toda obra ou fiscal do desempenho do professor.
É aconselhável definir com o grupo de professores a essencialidade da própria ação, identificando onde sua presença se faz necessária. Por exemplo, onde a atuação docente apresenta resultado insatisfatório ou fraco: junto aos professores novatos, com dificuldades para conduzir o trabalho de classe. É essencial trabalhar com dignidade e ânimo para vencer as eventuais resistências, com competência e humildade; atuar com boa vontade, promovendo mudanças de forma fácil e cooperativamente, como co-partícipe do sucesso profissional de todos. Onde há uma vontade, há um caminho. Mas, onde existe boa vontade, existem vários caminhos.
Dessa forma, o pedagogo deixa de ser um apagador de incêndios e passa a trabalhar no sentido de conseguir alcançar, pelo menos, três metas:
  • O bom desempenho docente em suas competências básicas, incentivando o professor a buscar o próprio crescimento junto aos colegas. Ninguém cresce sozinho. Todos temos algo a contribuir para o crescimento alheio, um pouquinho que seja.
  • A valorização do professor como profissional, reconhecendo-lhe todo e qualquer bom desempenho evidenciado; e como pessoa, ouvindo-o com respeito e empatia, criando espaço para que participe efetivamente do processo educativo.
  • A implementação do currículo proposto no projeto político-pedagógico da escola, acompanhando o processo de ensinar, avaliando a ação pedagógica e procurando viabilizar a boa e saudável interação humana no interior da escola: professor–professor, professor–aluno, professor–pedagogo; e também fora dela: professor–escola, escola–comunidade.
  • O pedagogo deve, ainda, esforçar-se para adquirir uma boa cultura geral, a fim de ser capaz de transformar princípios em ação. O seu desempenho eficiente sustenta a unidade e a coerência organizacional da escola. Porém, exige-lhe o desenvolvimento e o domínio de competências técnicas e humanas (relacionadas ao desempenho dos professores) e competências administrativas (relacionadas ao processo de educação de crianças e jovens na escola).

    Educação sobralense é destaque em publicação nacional

    Mais uma vez, a educação sobralense recebe destaque em uma publicação nacional pelos avanços verificados ao longo dos últimos anos, e que culminaram com a antecipação da conquista da média 6,0 no IDEB de 2009.
    Em matéria que destaca também os municípios de Itaquaquecetuba (SP) e Teresina (PI), a revista Escola Pública, em sua edição de dezembro, destaca o trabalho desenvolvido nestas três cidades como o tema “Sistema em Equilíbrio”.

    Confira a reportagem na integra acessando o link abaixo:
    http://revistaescolapublica.uol.com.br/materia.asp?edicao=18&id_materia=151

    MEC inicia seleção de novos livros de literatura para creche, pré-escola e ensino fundamental

    Editores de todo o país podem a partir desta segunda-feira (10) se cadastrem para inscrever novos livros de literatura infanto juvenil para o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), do Ministério da Educação (MEC). Os livros escolhidos serão enviados a creches, pré-escolas e escolas do ensino fundamental da rede pública.
    O prazo de cadastramento vai até o dia 23 de janeiro. A inscrição inicia o processo de seleção a cargo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). A inscrição das obras literárias das editoras, envio de exemplares e da documentação deverá ser feita entre 31 de janeiro e 4 de fevereiro.
    O MEC escolherá livros de poemas, contos, crônicas, romances, novelas, peças de teatro, textos da tradição popular, biografias, além de obras clássicas da literatura universal, livros de imagens e até histórias em quadrinhos.
    Segundo nota do ministério, serão aceitos livros que não tenham sido adquiridos em seleções anteriores do PNBE. O FNDE também escolherá, além dos livros impressos, livros em formatos especiais para estudantes com deficiências: obras com caracteres ampliados, com áudio (em CD ou DVD na linguagem brasileira de sinais). Os livros também estarão disponíveis em formato digital na página eletrônica do Ministério da Educação. Todas as obras deverão ser escritas conforme o novo acordo ortográfico da língua portuguesa.

    Fonte: UOL Educação

    A LEITURA SEMPRE LHE RENDERÁ BONS FRUTOS

    A leitura, como prática social, pode ser ensinada em situações em que a turma toda participe, comentando o que foi lido, levantando e explicitando hipóteses, debatendo ideias. Atitudes como essas compõem o chamado comportamento leitor, capaz de ser desenvolvido desde muito cedo com a ajuda dos mais experientes. A figura de pais e professores é fundamental, pois eles assumem o papel de condutores de seus ouvintes para um mundo fantástico. Nas palavras da psicolinguista argentina Emilia Ferreiro, "a leitura é um momento mágico, pois o interpretante informa à criança, ao efetuar essa ação aparentemente banal, que chamamos de 'um ato de leitura', que essas marcas têm poderes especiais: basta olhá-las para produzir linguagem".
    A leitura feita pelo professor tem que ser constante na alfabetização
    Ouvir permite às crianças ampliar o repertório cultural, aumentar a familiaridade com a língua, desenvolver o comportamento leitor e iniciar o processo formal de alfabetização
    Diagnóstico na alfabetização para conhecer a nova turma
    Mesmo antes de saber ler e escrever convencionalmente, a criança elabora hipóteses sobre o sistema de escrita. Descobrir em qual nível cada uma está é um importante passo para os professores alfabetizadores levarem todas a aprender.


    Nos primeiros dias de aula, o professor alfabetizador tem uma tarefa imprescindível: descobrir o que cada aluno sabe sobre o sistema de escrita. É a chamada sondagem inicial (ou diagnóstico da turma), que permite identificar quais hipóteses sobre a língua escrita as crianças têm e com isso adequar o planejamento das aulas de acordo com as necessidades de aprendizagem. Ela permite uma avaliação e um acompanhamento dos avanços na aquisição da base alfabética e a definição das parcerias de trabalho entre os alunos. Além disso, representa um momento no qual as crianças têm a oportunidade de refletir, com a ajuda do professor, sobre aquilo que escrevem.

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    No Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do programa Ler e Escrever, das secretarias estadual e municipal de Educação de São Paulo, a sondagem é descrita como uma atividade que envolve, num primeiro momento, a produção espontânea de uma lista de palavras sem apoio de outras fontes e pode ou não prever a escrita de algumas frases simples. Essa lista deve, necessariamente, ser lida pelo aluno assim que terminar de escrevê-la. O guia ressalta também que é por meio da leitura que o alfabetizador "pode observar se o aluno estabelece ou não relações entre aquilo que ele escreveu e aquilo que ele lê em voz alta, ou seja, entre a fala e a escrita".

    As pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita, realizadas por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky no fim dos anos 1970 e publicadas no Brasil em 1984, mostraram que as crianças constroem diferentes ideias sobre a escrita, resolvem problemas e elaboram conceituações. Aí entra o que pode ser considerado uma palavra, com quantas letras ela é escrita e em qual ordem as letras devem ser colocadas. "Essas hipóteses se desenvolvem quando a criança interage com o material escrito e com leitores e escritores que dão informações e interpretam esse material", conta Regina Câmara, membro da equipe responsável pela elaboração do material do Programa Ler e Escrever e formadora de professores.

    No livro Aprender a Ler e a Escrever, Ana Teberosky e Teresa Colomer ressaltam que as "hipóteses que as crianças desenvolvem constituem respostas a verdadeiros problemas conceituais, semelhantes aos que os seres humanos se colocaram ao longo da história da escrita". E completa: o desenvolvimento "ocorre por reconstruções de conhecimentos anteriores, dando lugar a novas construções". Diagnosticar o que os alunos sabem, quais hipóteses têm sobre a língua escrita e qual o caminho que vão percorrer até compreender o sistema e estar alfabetizados permite ao professor organizar intervenções adequadas à diversidade de saberes da turma. O desafio é propor atividades que não sejam tão fáceis a ponto de não darem nada a aprender, nem tão difíceis que se torne impossível para as crianças realizá-las.

    As quatro hipóteses

    Ferreiro e Teberosky observaram que, na tentativa de compreender o funcionamento da escrita, as crianças elaboram verdadeiras "teorias" explicativas que assim se desenvolvem: a pré-silábica, a silábica, a silábico-alfabética e a alfabética. São as chamadas hipóteses. As conclusões desse estudo são importantes do ponto de vista da prática pedagógica, pois revelam que os pequenos já começaram a pensar sobre a escrita antes mesmo de ingressar na escola e que não dependem da autorização do professor para iniciar esse processo. "Todos eles precisam de oportunidades para pôr em jogo o que sabem para se aproximar pouco a pouco desse objeto importante da cultura", ressalta Regina.

    Aqueles que não percebem a escrita ainda como uma representação do falado têm a hipótese pré-silábica. Ela se caracteriza em dois níveis. No primeiro, as crianças procuram diferenciar o desenho da escrita, identificando o que é possível ler. Já no segundo nível, elas constroem dois princípios organizadores básicos que vão acompanhá-las por algum tempo durante o processo de alfabetização: o de que é preciso uma quantidade mínima de letras para que alguma coisa esteja escrita (em torno de três) e o de que haja uma variedade interna de caracteres para que se possa ler. Para escrever, a criança utiliza letras aleatórias (geralmente presentes em seu próprio nome) e sem uma quantidade definida.




    COMBINE ANTES É importante
    que a criança saiba que ela pode
    escrever da melhor forma que
    conseguir, mesmo que não
    convencionalmente.
    Foto: Marcos Rosa
    Quando a escrita representa uma relação de correspondência termo a termo entre a grafia e as partes do falado, a criança se encontra na hipótese silábica. O aluno começa a atribuir a cada parte do falado (a sílaba oral) uma grafia, ou seja, uma letra escrita.

    Essa etapa também pode ser dividida em dois níveis: no primeiro, chamado silábico sem valor sonoro, ela representa cada sílaba por uma única letra qualquer, sem relação com os sons que ela representa. No segundo, o silábico com valor sonoro, há um avanço e cada sílaba é representada por uma vogal ou consoante que expressa o seu som correspondente.

    A hipótese silábico-alfabética corresponde a um período de transição no qual a criança trabalha simultaneamente com duas hipóteses: a silábica e a alfabética. Ora ela escreve atribuindo a cada sílaba uma letra, ora representando as unidades sonoras menores, os fonemas. Quando a escrita representa cada fonema com uma letra, diz-se que a criança se encontra na hipótese alfabética. "Nesse estágio, os alunos ainda apresentam erros ortográficos, mas já conseguem entender a lógica do funcionamento do sistema de escrita alfabético", explica Regina.

    O professor deve realizar a primeira sondagem no início do período letivo e, depois, ao fim de cada bimestre, mantendo um registro criterioso do processo de evolução das hipóteses de escrita das crianças. Ao mesmo tempo, é fundamental uma observação cotidiana e atenta do percurso dos alunos. "A atividade de sondagem representa uma espécie de retrato do processo naquele momento. E como esse processo é dinâmico e na maioria das vezes evolui muito rapidamente, pode acontecer de, apenas alguns dias depois da sondagem, um ou vários alunos terem dado um salto", ressalta Regina. "As sondagens bimestrais são importantes também por representarem dispositivos de acompanhamento das aprendizagens para os pais, bem como um retrato da qualidade do ensino para as redes, que podem ajustar seus programas de formação continuada de professores em regiões onde os resultados mostram que os estudantes não estão evoluindo da maneira desejada."

    Investigação individual

    O melhor é que a atividade seja feita individualmente, com o professor chamando um aluno por vez, que deve tentar escrever algumas palavras e uma frase ditadas. Enquanto isso, o resto da turma precisa estar envolvido em uma atividade diversificada em que não seja necessária a ajuda do professor (a cópia de uma cantiga, a produção de um desenho, um jogo etc.). Essa é a estratégia usada por Eduardo Araújo, na EMEB Helena Zanfelici da Silva, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Alguns dias após o retorno às aulas, ele deixa as crianças envolvidas com jogos e brincadeiras sob a supervisão da estagiária que o acompanha em sala. Alfabetizador há mais de sete anos, Araújo sabe bem o valor da sondagem inicial. "Conhecendo a situação de cada aluno, consigo pensar melhor como será a rotina do bimestre e quais as intervenções devo fazer para ajudar os menos avançados a entender a lógica do sistema de escrita."


    ADOTE SINAIS Fazer luma marcação
    nos textos produzidos é útil para
    registrar como o aluno lê o que
    escreve e se ele se detém ou não
    em cada letra.
    O ditado deve ser iniciado por uma palavra polissílaba, seguida de uma trissílaba, de uma dissílaba e, por último, de uma monossílaba - sem que o professor, ao ditar, marque a separação das sílabas (leia no quadro abaixo como preparar a lista de palavras). Após a lista, é preciso ditar uma frase que envolva pelo menos uma das palavras já mencionadas, para poder observar se o aluno volta a escrevê-la de forma semelhante, ou seja, se a escrita da palavra permanece estável mesmo num contexto diferente.

    No começo de 2008, a escola onde Araújo leciona passava por grande reforma. Aproveitando a curiosidade das crianças, ele resolveu trabalhar com uma lista de objetos usados na obra do prédio. As palavras ditadas foram ferramenta, martelo, ferro e pá. E a frase escolhida foi: usei a pá na reforma.

    Lista bem feita

    Na sondagem, a escolha certa das palavras e da frase (e da ordem em que elas serão ditadas) é essencial. "O ideal é preparar uma lista de termos de um mesmo campo semântico, ou seja, agregados por uma unidade de sentido, e uma frase adequada ao contexto desse grupo", recomenda a formadora de professores Regina Câmara, do Programa Ler e Escrever. Deve-se evitar que as palavras tenham vogais repetidas em sílabas próximas, como ABACAXI, por exemplo, por causar um grande conflito para as crianças que estão entrando no Ensino Fundamental, cuja hipótese de escrita talvez faça com que creiam ser impossível escrever algo com duas ou mais letras iguais. Por exemplo: um aluno com hipótese silábica com valor sonoro convencional, que utiliza vogais, precisaria escrever AAAI. Os monossílabos ficam para o fim do ditado. Esse cuidado deve ser tomado porque, no caso de as crianças escreverem segundo a hipótese do número mínimo de letras, poderão se recusar a escrever se tiverem de começar por ele.

    Observação e registro

    Ficar atento às reações dos alunos enquanto escrevem também é fundamental. Anotar o que eles falam, sobretudo de forma espontânea, pode ajudar a perceber quais as ideias deles sobre o sistema de escrita. Na sondagem inicial feita com a lista de palavras relacionadas à reforma da escola, um aluno comentou com o professor Araújo:

    - Ferro começa com "fe", de Felipe, não é? E termina com "o". Essa é fácil.

    - Agora eu quero que você escreva "pá" - disse o professor.

    O aluno parou um instante, tentou contar "as partes" da palavra com os dedos e ficou um pouco incomodado. Demorou bastante até se manifestar:

    - Mas essa não dá para escrever. Fica só uma letra e isso não pode.


    CRIE UMA TABELA O ideal é construir um quadro para anotar a evolução das hipóteses de cada estudante. Fotos Marcos Rosa
    Com o comentário, o professor conseguiu perceber que a criança entrou em conflito, pois pensava que só se pode ler ou escrever palavras com três ou mais letras e, ao mesmo tempo, tinha construído a hipótese de que para cada emissão sonora uma letra basta.

    Terminado o ditado, é imprescindível pedir que a criança leia o que escreveu. Por meio da interpretação dela sobre a própria escrita, durante a leitura, é que se pode observar se ela estabelece ou não relações entre o que escreveu e o que lê em voz alta - ou seja, entre o falado e o escrito - ou se lê aleatoriamente.

    O professor pode anotar em uma folha à parte como ela faz a leitura, se aponta com o dedo cada uma das letras, se associa aquilo que fala à escrita etc. "Uma lista de palavras produzida pelo aluno, em situação de sondagem, sem a respectiva leitura, não permite analisar essa produção e identificar sua hipótese de escrita", afirma Regina.

    Se o aluno escreveu LGA para o ditado da palavra martelo e associou cada uma das sílabas dessa palavra a uma das letras, é necessário registrar abaixo a relação de cada letra com uma sílaba. Há duas maneiras de fazer esse registro, usando marcação com sinais que indique quais as associações feitas pela criança:

    LGA
    (mar) (te) (lo)
    Ou ainda:
    LGA
    | | |

    É possível que o aluno utilize muitas e variadas letras, sem que o critério de escolha desses caracteres tenha alguma relação com a palavra falada. Nesse caso, se ele ler sem se deter em cada uma das letras, é necessário anotar o sentido que ele usou nessa leitura.
    LPIEMAN



    Esse tipo de marcação é importante, pois permite observar com mais clareza a hipótese que a criança tem e, posteriormente, os avanços que ela obtém ao longo do ano.

    Atividades diversificadas


    REGISTRE TUDO A observação da produção de cada um ao longo do ano mostra com clareza como ele avançou.
    Para que os alunos atinjam o objetivo previsto para o 1º ano - escrever alfabeticamente, ainda que com erros de ortografia -, o professor precisa acompanhar a evolução de todos, conhecendo os que demandam mais atenção, quantos têm hipóteses mais avançadas e os que estão alfabetizados. Esses últimos, particularmente, necessitam de outros conteúdos de ensino, como a ortografia.

    O ideal é que seja construída uma tabela que contenha a evolução das hipóteses de cada um, comparando quanto evoluiu ao longo do ano. Com frequência, essa comparação traz agradáveis surpresas em relação aos que, apesar de não escreverem convencionalmente, realizaram avanços significativos em comparação com sua escrita do início do ano.

    Com base nessa tabela, é possível também fazer uma análise crítica da rotina e das atividades que estão sendo contempladas. Será que todos interagem com outras fontes de texto e, nessa interação, refletem sobre a escrita e seu uso? Recebem informações de colegas mais experientes, que os ajudam a compreender o que está envolvido na leitura e na escrita? Têm a oportunidade de tentar ler por si mesmos? Contam com o apoio do professor, que oferece novas informações sobre a escrita e orienta seu olhar para os materiais escritos disponíveis na sala de aula, que podem ajudar no momento de decidir pelo uso de uma determinada letra? Encontram na escola um ambiente favorável à pesquisa, sendo encorajados a se arriscar e escrever segundo suas hipóteses?

    É por meio das sondagens e da observação cuidadosa e constante das produções dos estudantes durante o ano que se pode saber em que momento se encontra cada um, se sua abordagem e rotina estão funcionando, qual a expectativa razoável de evolução para os que ainda se encontram em hipóteses mais primitivas e como ajustar o planejamento do trabalho para que, ao fim do ano letivo, todos estejam alfabetizados.

    Veja aqui um exemplo de tabela sugerido pelo Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do programa Ler e Escrever, da secretaria municipal de Educação de São Paulo para acompanhar o avanço do conhecimento dos alunos sobre o sistema de escrita.

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    Comentários (62)

    Angela Maria Depizzoli Piva - Postado em 19/12/2010 21:51:32

    Gostaria de saber o autor e data e anos desta reportagem, urgente, para colocar no meu tcc. Abraços

    MARIA DE FÁTIMA DOMINGOS DA SILVA - Postado em 03/12/2010 00:03:21

    SOU PROFESSORA ALFABETIZADORA E AGRADEÇO A CONTRIBUIÇAO Q A REVISTA NOVA ESCOLA , PARA OS PROFESSORES EM GERAL. UM ABRAÇO A TODOS!

    Ronilda - Postado em 19/11/2010 10:24:57

    Nossa, amei a tabela sobre os níveis de escrita dos alunos. Obrigada.

    sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

    2001 CHEGOU...

    ANO DE DECISÕES, DE AVALIAÇÕES, RESUMINDO... DE MUITO TRABALHO...

    TÃO LOGO COMEÇAR MAIORES SERÃO AS CHANCES DE VITÓRIAS...

    ALFABETIZAR NÃO É DIFÍCIL, É TRABALHOSO.

    AMIGOS PROFESSORES VAMOS ENSINAR COM SEGURANÇA,SEGMENTAÇÃO E OTIMISMO!

    BJUS

    SORAIA GALDINO
    Educação: Fluidez e Complexidade ]


    Nos anos 60 e 70, diversos autores procuraram dar conta das diversas mudanças na educação impelidas pela vertiginosa evolução da mídia. Os mídia-educadores (ou educomunicadores) vieram experimentar a mídia em sala-de-aula MAS NADA SUBSTITUI A MENTE HUMANA...
    ALFABETIZAR LETRANDO....


    Ferramentas para a aprendizagem da leitura e escrita
    O professor deve fornecer ferramentas para o aluno construir o seu processo de aprendizagem da leitura e escrita. Na etapa inicial, isto é, na Educação Infantil, a escola tem obrigação de ajudar o aluno a se apropriar da escrita alfabética e informatizar o seu uso.
    Eu queria uma escola que cultivasse a curiosidade de aprender que é em vocês natural. Eu queria uma escola que educasse seu corpo e seus movimentos: que possibilitasse seu crescimento físico e sadio. Normal

    Atualmente, vivemos numa sociedade que é caracterizada por sua complexidade, e a escola é o local onde os fenômenos sociais e as diversas maneiras e concepções de vida social são trabalhados, analisados e discutidos nas diferentes disciplinas.

    Primeiro dia de aula. Professor novo. Turma pouco afeita ao estudo. No caminho para seus novos afazeres os corredores da escola não parecem nada animadores para o recém-chegado professor. Na sala de aula todos os alunos estão de pé, circulando despreocupadamente, sem qualquer tipo de compromisso com o trabalho que está apenas começando.

    VAMOS PENSAR MAIS NO PRÓXIMO ANO!
    Conviver com Pessoa com Deficiência
    Deise Fernandes

    Como diz Reinaldo bulgarelli, “Diversos não são os outros, diversos somos todos nós”.

    Todos acreditamos na frase acima, ninguém duvida que somos todos diferentes, com características físicas, psicológicas, e culturais muito diferentes, e quando pensamos na história mais e maiores diferenças encontramos. Todavia, quando pensamos em uma pessoa com deficiência, essas diferenças vão além. As diferenças de uma pessoa com deficiência vêm carregadas de significados, de interpretações, que levam a construção de imagens, que por sua vez também estão carregadas de emoção impregnadas das vivências ou não, com uma pessoa com deficiência. Isso sem falar do medo que todos temos de adquirir uma deficiência ao longo da vida.

    Muitos foram os que tentaram eliminar a incoerência dos conceitos, mas a palavra “deficiente” tem um significado muito forte. Freqüentemente é confundido “deficiente” como antônimo de “eficiente”, que por sua vez leva à idéia de “incapaz”. Idéia que se fortalece, quando não existe vivência com uma pessoa com deficiência, ou se a vivência for com uma pessoa cuja deficiência seja de fato limitante e incapacitante.

    E aqui outra questão aparece, “generalização”. De novo, a frase “Diversos não são os outros, Diversos somos todos nós”, não é aplicada para a pessoa com deficiência. O simples fato de ter uma deficiência semelhante ao outro, já é determinante que seja igual. As diferenças individuais, familiares, socioeconômicas, psicológicas, não são levadas em consideração.
    A sociedade constrói seus valores culturais, se organiza conforme eles, e se expressam através das palavras. Portanto, o primeiro grande desafio das pessoas com deficiência é superar o significado e a imagem que lhes é imposta pela palavra “deficiente”.

    Seu desafio começa na família, que não espera e nem quer ter um filho com deficiência, depois na escola, na sociedade, e por fim na empresa. Outro valor cultuado pela sociedade é o sucesso, que define que para se ter sucesso é necessário ser perfeito, completo, forte, ter tudo em ordem, portanto, aquele que não tem alguma parte do seu corpo, não pode conseguir o sucesso, a ordem, o progresso, e leva o estigma de dependente, com necessidade de tutela.

    No fundo, a frase “Diversos não são os outros, diversos somos todos nós” é muito mais frase de desejo do que de realidade, na medida em que a sociedade reconhece e valoriza os iguais, homogêneos, aqueles que de todas as formas atendam suas exigências.

    O mais cruel é que a sociedade cria suas regras, e mesmo que essas sejam incoerentes ou injustas, todos acreditam e as seguem. Mesmo aqueles que são os estigmatizados acreditam que de fato são inferiores, menores, menos. E as pessoas com deficiência também trazem dentro de si os conceitos impostos pela cultura, e precisam superar os sentimentos de inferioridade e incapacidade.

    Este artigo tem o objetivo de trazer essas questões para serem debatidas pelas pessoas, por ser necessário que se reconstruam esses valores, tanto da pessoa com deficiência, como da sem deficiência, porque as imagens construídas estão na cabeça dos dois lados, e de muitas formas se alimentam, impedindo que se estabeleçam relacionamentos maduros e sustentáveis.

    Para escrever essas reflexões, li e reli inúmeros textos, de diversos autores, sensíveis, interessados na questão da pessoa com deficiência. Apesar de reconhecer a riqueza de informações e a dedicação e esforço desses autores em definir e conceituar o que é ser pessoa com deficiência e o que é incluí-las na sociedade, devo confessar que pouquíssimas vezes me senti representada, e raramente reconheci minha vida e meu jeito de ver as coisas nos relatos que li.

    Sou cega desde os 15 anos, em conseqüência de um deslocamento de retina, que teve como causa alta miopia. Talvez exatamente por ter perdido a visão aos 15 anos, tenha outro jeito de enxergar as coisas, mas um caso como o meu não é único. Conheço muitos deficientes visuais que adquiriram a cegueira depois de adultos, e não só a deficiência visual como todas as outras, por conta de doenças ou principalmente acidentes de trânsito e de trabalho. Portanto, somos muitos que não nos sentimos retratados pelos estudiosos e pesquisadores do tema “Inclusão das Pessoas com Deficiências”.

    Não quero falar em nome das pessoas com deficiência, nem ao menos dos deficientes visuais, não fiz nenhuma pesquisa e não tenho autorização de ninguém para falar em nome do grupo. Tudo que estou escrevendo são minhas próprias reflexões e que eventualmente possam refletir o jeito de viver de várias dessas pessoas.

    Em primeiro lugar, não podemos esquecer que estamos no Brasil e que temos carência de quase tudo, e que a desigualdade entre as pessoas no nosso país é um aspecto mundialmente conhecido e que muito nos envergonha como brasileiros.

    O ideal de uma sociedade verdadeiramente inclusiva está na cabeça de poucos, e ainda temos muito que avançar para termos uma sociedade com igualdade e respeito a todos.

    Percebemos as dificuldades do Brasil na falta de escolas, que é sentida não só pelas pessoas com deficiência, mas por muitas crianças que, em idade escolar, não encontram vagas para estudar; no sistema de saúde, que não previne e nem cuida de todos os nossos doentes; nas poucas vagas e postos de trabalho para os brasileiros em idade economicamente ativa; na realidade de que nem todos possuem casa própria, e que muitos vivem em condições subumanas, e assim por diante. Com esse cenário brasileiro, não podemos e nem devemos esperar que especificamente as pessoas com deficiência tenham tudo o que grande parte dos brasileiros não possui. Não podemos cobrar dos governos, empresas, escolas, e mesmo famílias, o que ainda não sabem e nem podem oferecer. O Brasil está em plena construção de uma sociedade democrática e justa. E nessa construção precisa de todos trabalhando juntos de forma compartilhada e cooperativa, para sermos uma nação forte e sustentável.

    Além de sermos brasileiros e vivermos nessa realidade antes de sermos deficientes, somos pessoas, com tudo o que isso significa. Sonhos, medos, história de vida, oportunidades, tendências, vocações, e tudo mais. É comum em minhas palestras eu pedir que as pessoas fechem os olhos e que percebam que continuam sentindo, pensando, desejando as mesmas coisas de quando com os olhos abertos. A deficiência é quase como uma característica pessoal, como cor de cabelo, altura, cor dos olhos.

    Desde que nascemos, ou algum tempo depois de adquirirmos uma deficiência, incorporamos suas características, suas limitações, como qualquer outra característica física. Todos nós somos acostumados com a nossa altura, por exemplo, e nos adaptamos às suas particularidades e às vezes até mesmo nos aproveitamos de suas vantagens. Assim também acontece com a deficiência.

    A rotina, o sentimento de sobrevivência e a repetição das atividades fazem com que aprendamos a lidar com as limitações e superar as dificuldades, valorizando e explorando ao máximo as facilidades e possibilidades.

    Existem inúmeros exemplos de pessoas com deficiência que fizeram e fazem coisas que ninguém acreditava ser possível. Mas eles conseguiram porque convivem consigo mesmos o tempo todo e sabem o que, como, onde e quando devem avançar.

    Durante um tempo, e esse tempo depende de cada pessoa, a deficiência causa algum desconforto. A falta de instituições capacitadas, as dificuldades da família na aceitação e no apoio que precisamos, as barreiras arquitetônicas, nos causam insegurança e algumas vezes impotência para superar as dificuldades, mas a vida, com sua força extraordinária, nos impulsiona para o desafio de crescer, de se desenvolver, de avançar.

    A deficiência não é doença, a deficiência não dói, portanto nossa vontade, alegria, coragem continuam dentro de nós, e chega um momento que não suportamos a clausura e saímos para a vida.

    Sair para a vida, não significa que sabemos o que queremos, nem sempre sabemos ao menos onde estamos, o que somos, quantos somos. Queremos sair para fazer a nossa história, do nosso jeito, de algum jeito.

    As crianças fazem birra, gritam, exigem, querem porque querem ir à escola, sair, brincar. Já presenciei inúmeras cenas assim, por um lado a criança tem fome e necessidade de vida, pelo outro os familiares seguram, impedem, proíbem, por medo, por desinformação, por superproteção. Não sei a medida certa. Não tenho receitas prontas, mas sei que falta diálogo entre pais e filhos. Não só das famílias com pessoa com deficiência, infelizmente, mas nesse caso, existe um componente a mais. Cada deficiência tem seus cuidados especiais.

    E aqui começam as confusões. O que precisa de cuidados especiais são as deficiências, e não as pessoas. Em algum momento essas duas coisas se cruzam, mas na maioria das vezes deveriam ser tratadas em planos diferentes.

    Em um primeiro plano, a pessoa com deficiência, de nascença ou adquirida, precisa de informações, de capacitação, de formas e técnicas de como desenvolver os outros sentidos ou órgãos para superar e compensar ao que foi perdido. Aos deficientes visuais é necessário aprender o uso da bengala, a escrita Braille, a coordenação motora, a noção de espaço, o desenvolvimento do olfato, do ver com os ouvidos. Ao deficiente físico, o desenvolvimento e fortalecimento do membro não afetado e principalmente a exploração do membro deficiente, para que faça o máximo que puder. Aos auditivos, como fazer leitura dos lábios, como aprender a falar (a grande maioria dos deficientes auditivos possuem as cordas vocais perfeitas), aprender LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais), precisam aprender a se comunicar de alguma forma. Aos deficientes mentais, a se comunicar com clareza, a fazer as atividades da vida diária com facilidade, e aos múltiplos aquilo que precisarem e puderem aprender para se tornarem o mais independente possível.

    Algumas vezes esses aprendizados parecem muito esforço e até crueldade para uma criança, ou mesmo um adulto que ficou deficiente e terá que reaprender muitas coisas. Mas na verdade, cruel é não incentivá-los, apoiá-los, empurrá-los, para que aprendam a fazer tudo o que for possível e um pouco mais.

    Cruel e desumano é fazer que a deficiência seja motivo da dependência, da submissão, de sua descaracterização. É fazer essas pessoas mais limitadas do que a própria deficiência já o faz. Cuidar do aprendizado específico para cada deficiência é ser responsável e humano.

    Em um outro plano encontramos as pessoas que desde o nascimento ou depois de adultos adquiriam uma deficiência. E aqui os cuidados são outros. Alguns aceitam rapidamente e partem para recuperar o que perderam, outros, no entanto, ficam paralisados, sem saber por onde começar. Respeitar o tempo de luto de cada um é fundamental. Ensiná-los as coisas mais práticas ajuda muito. Como escovar os dentes, tomar banho, pentear os cabelos. Na medida em que percebem que conseguem resolver suas necessidades primárias, a mente, o psicológico, vai ousando avançar em outros campos da vida.

    Importante entender que as deficiências simplesmente trazem as limitações específicas de sua natureza, nada mais. A cegueira apenas traz à pessoa a limitação de não enxergar, a surdez de não ouvir, a paraplegia de não andar, e assim por diante, portanto é incorreto pensar que a deficiência determina o jeito de ser da pessoa que a possui.

    A pessoa é a somatória de suas experiências, oportunidades, sua formação psicológica, sua maturidade espiritual. Por isso é comum encontrarmos pessoas com a mesma deficiência, porém com trajetórias de vida muito diferentes.

    Esse é outro conceito importante: as pessoas com deficiência, apesar das semelhanças de suas limitações, não são de forma nenhuma iguais. A generalização, muito comum na cabeça das pessoas, não tem fundamentos sólidos e nem lógicos.

    Nesse sentido, as pessoas com deficiências não são santas, e nem diabólicas. Não são absolutamente corajosas, e nem covardes. Nem felizes, nem sofredoras. Não necessariamente ajudam a motivação no ambiente de trabalho, nem prejudicam. As pessoas com deficiência são antes de tudo pessoas, com tudo o que isso significa, somado a um esforço diferente, que é aprender a viver, apesar de sua limitação física, sensorial ou mental.

    Pessoas com deficiência trazem consigo medos, inseguranças, desânimos, preguiça, comodismo, rebeldia, tanto como coragem, determinação, alegria, vontade, inteligência, bom senso. Como, aliás, todas as pessoas que estão vivendo e que precisam levantar todos os dias de manhã e ir à luta. E que muitas vezes gostariam de ficar deitadas, que outras tantas se sentem desvalorizadas, cansadas e tristes, e em outros dias, estão absolutamente felizes, realizadas, esperançosas.

    Ser pessoa é uma mistura de todos os sentimentos, é ter que enfrentar as limitações, que não são apenas aquelas oficialmente consideradas deficiências, mas todas as outras, como ser loira, ser obesa, ser baiana, ser magra demais, ser mais lenta, ter necessidade de pensar um pouco mais antes de decidir, e assim por diante.

    Na verdade, “diversos não são os outros. Diversos somos todos nós”. E em alguma medida, todos precisamos ser aceitos, incluídos, reconhecidos e valorizados.

    Relatos como o de Guga Dorea, logo abaixo, são mais comuns do que deveriam. A maioria das famílias não estão preparadas para receber um membro deficiente.

    “Eram 12h30 da tarde. Algo de novo estava preste a acontecer em minha existência. O primeiro filho. Sensações inéditas percorriam o meu corpo naquele instante quando, de repente, experimentei o inesperado, que se instalou em meu organismo – fortemente marcado por cargas estigmatizadas – como se fosse um pontiagudo aguilhão.

    As horas já haviam se passado. No momento mágico do nascimento, quando aquela nova vida já fazia parte de minha subjetividade, a enfermeira se postou em minha frente, com uma fisionomia de desalento e de quase perplexidade. Thiago estava em seus braços quando ela disse: ‘olhe a testa de seu filho’. Sem compreender o porquê, olhei e, em função da requisição da própria enfermeira, fui levado a confirmar que realmente aquele não compreensível olhar havia se concretizado.

    Logo em seguida, a própria enfermeira apontou o corredor ao lado da sala de parto e me chamou para informar, da pior maneira possível, que meu filho poderia ter nascido com alguma ‘anomalia’ genética, mas era para que eu voltasse ao lado da mãe e não transmitisse nenhuma fisionomia contrária àquele momento de habitual alegria e de incontável realização. Afinal, a sua barriga ainda estava aberta.

    Nesse instante, e não poderia ter sido diferente, a minha vida parecia haver desabado, o que significou, na prática, a saída instantânea de um mundo aparentemente seguro e confortável, repleto de opiniões e convicções supostamente formadas, para um universo desesperador do caos, da incerteza, da fúria, do ódio, enfim, a minha impressão era de que toda uma existência havia se quebrado, sem chances de retorno a um mar calmo, a um porto seguro.

    É como se eu estivesse sendo sugado, exatamente naquele segundo, por um mar extremamente bravio, surgido do nada, que havia me lançado para outro mundo, preocupadamente intolerável e enigmático. O meu corpo não se reconhecia mais naquele ‘eu’, que havia se transformado em um outro corpo, uma outra subjetividade, em suma, estava assustadoramente no limiar de um outro mundo em que meus projetos de futuro não caberiam mais.” (Guga Dorea).

    As familias não estão preparadas, principalmente, porque receberam toda carga ideológica que reina no interior de nossa cultura. Deste modo, as reações podem ser as mais variadas: rejeição, simulação, segregação, superproteção, paternalismo exacerbado, ou mesmo piedade. Em geral, um casal nunca tem a idéia de que um dia poderá ter um filho que nasça com qualquer tipo de deficiência. Uma família não tem a idéia de que um membro poderá um dia sofrer um acidente que o faça deficiente. A palavra “deficiente” adquire uma conotação negativa. Deficiente será aquele membro que dará sempre muito trabalho, que viverá encostado à custa da família. Outra angústia é a culpa que a maioria dos pais, particularmente as mães, sentem em relação a um filho deficiente. Sempre encontram falhas, equívocos, esquecimentos, que imaginam ter sido a causa da deficiência do filho. Também existem os casais que culpam um ao outro pelo que aconteceu e é muito comum, os casais se separarem depois do nascimento do filho deficiente, o que só aumenta a culpa e o desconforto com a deficiência.

    Alguns pais procuram centros de reabilitação, ou clínicas para um acompanhamento, o que, aliás, é absolutamente necessário, sob pena do agravamento da limitação se isso não for feito em tempo certo. Mas infelizmente, não são todos os pais que podem ou têm a consciência desse dever, e negligenciam os cuidados consigo mesmos, com o filho, e com as necessidades da deficiência. O resultado é, na maioria das vezes, deprimente e cruel, porque traz seqüelas a todos da família, não só para a pessoa com deficiência, mas para todos, e muitas delas limitadoras e traumáticas até mesmo para aqueles que não possuem nenhuma deficiência.

    Nesse ambiente de restrições, incompreensões, as crianças com deficiência vão se desenvolvendo como podem, com as dificuldades de qualquer criança, acrescidas das dificuldades da sua deficiência, porque não possuem parâmetros de comparação (em geral, nas famílias, existe uma única pessoa com deficiência). Como essas crianças são mantidas dentro de casa, até por conta da preocupação com sua segurança, ou pelos constrangimentos que trazem, ou mesmo pelo trabalho que dão, não conseguem ter grandes vivências ou experiência, que sabemos serem fundamentais no desenvolvimento infantil. Assim, temos um outro problema sendo construído. Além das limitações da deficiência, encontramos, com bastante freqüência, pessoas com deficiência com dificuldades cognitivas, de desenvolvimento motor e, claro, com imensos comprometimentos psicológicos.

    Não é uma tarefa fácil ser pai ou mãe, é um papel dos mais exigentes. Ser pai ou mãe de uma criança com deficiência é significativamente mais difícil, exigindo desses pais dedicação, tempo disponível, autocontrole, energia, e muitos outros atributos que nem sempre são possíveis, até porque não existe uma cartilha que possam seguir, e a maioria das instituições para pessoa com deficiência não possuem programas eficazes para orientação de pais.

    A peregrinação de médico em médico, de clínicas especializadas, de Instituições, em busca de ajuda, de entendimento do que está acontecendo com seu filho, é constante e nem sempre frutífera. Na maioria das vezes causa grandes frustrações.

    Mas a única saída para que essas crianças tenham maiores perspectivas, mais condições de enfrentar a vida adulta, de conseguirem ser independentes e se sustentarem, é a conscientização dos pais. É a coragem de enterrar o “filho ideal” e de aceitar o “filho real”. Com tudo o que isso significa, inclusive e principalmente a dedicação que lhes será exigida a vida inteira. Não é fácil, porém é a única forma de encontrarem alguma felicidade, quando observarem seus filhos adultos e independentes.

    Depois que as crianças crescem, e chegam a idade escolar, a situação não fica mais fácil. Já começa pelo esforço da criança e da família na organização e na superação da insegurança de ir para a Escola. Depois as dificuldades com a locomoção desde a porta de sua casa até a porta da Instituição Escolar. Os cadeirantes, muletantes e cegos, muito mais do que as Deficiências moderadas e leves, mas na falta quase total de acessibilidade nas calçadas, ruas e meio de transporte, em alguma medida todos enfrentam grandes desafios.

    Quando conseguem chegar no prédio da escola, se deparam com outros três grandes obstáculos: O primeiro é conseguir entrar no prédio. Na maioria das vezes possuem escadas, (sem rampas ou elevadores) salas super lotadas, com carteira fixas. Depois tem a falta de material didático adaptado. Dificilmente uma escola possui livros em Braille ou com letras ampliadas, computadores com ledores de telas, filmes e documentários com legendas, etc., e, por fim, os professores e diretores, sem nenhum preparo e interesse em ter em sala de aula uma pessoa com Deficiência.
    É sempre um esforço sobre-humano da pessoa com Deficiência e suas famílias, a conquista de uma vaga e a aquisição de conhecimentos escolares. Aqueles que conseguem sempre possuem histórias de desconforto, exclusão e até mesmo de humilhações.
    Com tantos desafios a enfrentar, agravados pelas dificuldades financeiras, ainda não é grande o número de pessoas com Deficiência que conseguem avançar nos estudos e chegarem até a Universidade e a Pós Graduação.

    A Lei de Cotas, (lei 8213/91) que determina que as Empresas tenham um percentual de pessoas com deficiência no quadro de empregados efetivos, trouxe um grande incentivo ao avanço dessas pessoas em todos os aspectos. Provocou efeitos colaterais importantíssimos no processo de inclusão e de respeito pelas Diferenças.

    Ao conseguirem emprego e salário, a auto-estima e as condições de consumidores, os tiraram de suas casas e os colocaram nos shoping, cinemas, teatros, nas escolas para se aprimorarem, nas ruas, na vida enfim.

    Por outro lado, as pessoas sem Deficiência também tiveram a oportunidade de conviverem com pessoas com Deficiência, e os estigmas, paradigmas, velhos conceitos, pouco a pouco vão se desfazendo, transformando, desaparecendo, e dando lugar a um pensamento inclusivo, humano, natural.

    Ouso afirmar, que a comunidade de pessoas com Deficiência, começa ter a Esperança de que a frase “Diversos não são os outros, diversos somos todos nós” seja de fato Realidade. E que a Sociedade, dentro de pouco tempo, seja Inclusiva, Ética e Humana.

    Deise Fernandes
    Momentos em Família
    Natal? Momento entre família? Por que não fazermos esse exercício durante o ano todo? Desta forma, evitaríamos as eventuais surpresas com o tamanho do sobrinho que nasceu no começo do ano e que nunca mais vimos, com o novo namorado da sobrinha, com as indelicadezas de uma tia sem “papas na língua” e outras muitas situações comuns quando só encontramos nossa família em datas especiais ou específicas. A família precisa estar juntas em todo o tempo, em todos os momentos, pois é dela a razão para muito do que somos, para muito do que nos tornamos, ainda que biologicamente falando.
    “O fracasso do professor começa no momento que ele desiste de aprender”
    Herik Zednik
    "Leia! Leia não apenas as palavras, imagens e símbolos estampadas nas mais diversas mídias. Leia o mundo nas suas mais diversas formas e significados, leia as entre linhas. Leia o tangível, o audível, o visível e quem sabe até o invisível. Leia o mundo e faça as mais diversas interrogações, afinal como diria nosso educador Paulo Freire "a leitura do mundo antecede a leitura da palavra". Nós estamos no mundo e uma parte dele está em nós através de nossas leituras."
    Herik Zednik
    Sobral mostra porque foi o destaque nordestino no IDEB 2009

    O Desafio IDEB no Caminho Certo tem como objetivo reconhecer os municípios participantes do projeto Parceria Votorantim pela Educação que apresentaram avanços significativos entre o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2007 e 2009. Nesta edição, vamos conhecer as razões do sucesso de Sobral, no Ceará.
    A fórmula para garantir uma educação de qualidade em Sobral parece simples, mas envolve uma série de ações integradas. Para conquistar uma das melhores notas da região nordeste no IDEB 2009, o município investiu fortemente em diagnósticos e monitoramento de indicadores.
    Segundo o secretário de educação, Júlio César da Costa Alexandre, entrevistado pelo Blog Educação, o desafio é constante. “Estabelecemos metas, criamos indicadores e monitoramos os avanços das escolas. Contudo, damos liberdade para os gestores construírem a forma mais eficaz de garantir a aprendizagem em sua comunidade escolar”, explica. Os resultados já são visíveis.

    sexta-feira, 15 de outubro de 2010

    "Se a palavra 'educação' faz algum sentido é o de mostrar a pluralidade de perspectivas que podemos adotar perante a sociedade, perante a vida, perante nós mesmos. Podemos aprender a olhar o mundo a partir de ângulos diferentes, divergentes, contrastantes, o que nos livra dos binarismos limitados, dos simplismos, dos reducionismos, dos utilitarismos."

    Reflexão pessoal!

    Suscitar a reflexão dos professores sobre a sua prática docente diária para que, sem perder as conquistas do passado, da tradição, mas apoiados em renovados conceitos, desenvolvam formas criativas de aprender e ensinar.Gabriel Perissé

    Educador!

    "É hora de desempoeirar uma vez mais a velha palavra 'criatividade' para imaginar novos cenários, em que o professor apareça, transmitindo seus conhecimentos num ambiente nada professoral, mas carregado de diálogo, beleza, alegria, jogo e literatura — um renovado a-e-i-o-u da docência."

    (Crônicas pedagógicas, p. 68)

    Para pensarrrr...

    "O aprendizado constante é exercício do pensamento, da paixão e da imaginação. Do pensamento, elaborando conceitos. Da paixão, cultivando ideais. E da imaginação, plasmando ideias e ideais [...]."

    (Estética & Educação, p. 80)

    sábado, 29 de maio de 2010

    EDUCAÇÃO DE SOBRAL É DESTAQUE

    "O objetivo é um turno escolar extra para quem mais precisa. Essa é a ideia básica de um dos programas educacionais que vem sendo desenvolvido neste município e que visa ampliar a carga horária diária de alunos das escolas da rede municipal. O Programa Jornada Ampliada é também um novo formato do Projeto Escola Viva da rede municipal de ensino, que também faz parte o Segundo Tempo, além de uma outra etapa ainda em fase de estudo, que prevê a realização de cursos profissionalizantes para alunos matriculados nas escolas municipais."

    Este é o paragráfo inicial da ampla reportagem de capa do caderno Regional do jornal Diário do Nordeste desta segunda-feira, 15, que traz ampla matéria sobre a implantação da Jornada Ampliada que a Prefeitura de Sobral, através da secretaria da Educação, está implantando na rede municipal de ensino. Para ler a matéria completa acesse:
    http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=751473

    Professor motivado faz a diferença no aprendizado do aluno

    A RELAÇÃO AFETIVIDADE-APRENDIZAGEM NO COTIDIANO DA SALA

    A escola é um espaço de multiplicidades, onde diferentes valores, experiências,
    concepções, culturas, crenças e relações sociais se misturam e fazem do cotidiano
    escolar uma rica e complexa estrutura de conhecimentos e de sujeitos. Essa rica
    heterogeneidade que permeia a escola acaba por se confrontar com uma estrutura
    pedagógica que está baseada num padrão de homem e de sociedade, que considera a
    diferença de forma negativa, gerando assim uma pedagogia excludente.
    As relações estabelecidas no contexto escolar têm se revelado cada dia mais
    difíceis e conflitantes. A descrença de que a escola possa constituir-se num espaço de
    construção de conhecimento, de alegria, de formação de pessoas conscientes,
    participativas e solidárias, tem recrudescido. Os sentimentos em relação a ela têm sido
    de desilusão, desencanto e impotência diante dos inúmeros problemas cotidianos. Um
    deles refere-se às relações eu-outro, a não aceitação do outro como um legítimo outro
    na convivência (Maturana,1999, p.23), na inabilidade de se lidar com os conflitos
    comuns ao convívio humano, ou seja, questões ligadas à afetividade que integra a
    emoção, a paixão e o sentimento, presentes em todas as relações humanas. Esses e
    outros problemas estão presentes no chão da escola, e superá-los implica um desafio
    imbricado em questões políticas, econômicas sociais e pedagógicas.
    Mas é necessário encarar este desafio como uma utopia, como uma possibilidade
    de mudança em que a busca e o diálogo estimulem a capacidade reflexiva e a
    construção de uma visão plural do conhecimento.
    É preciso levar em conta o sujeito concreto,

    PROFESSOR TEM QUE DESENVOLVER O HÁBITO DE LEITURA SIM!

    A leitura é muito importante, pois ela traz benefícios inquestionáveis ao ser humano.
    Ela é uma “forma de lazer e de prazer, de aquisição de conhecimentos e de enriquecimento
    cultural, de ampliação das condições de convívio social e de interação” (SOARES, 2000, p.
    19). Além disso, devemos considerar que a aprendizagem da leitura é basilar para a
    aprendizagem de todas as disciplinas do currículo escolar. Dessa forma, acreditamos que o
    desenvolvimento do interesse e da capacidade de leitura pode contribuir, automaticamente,
    para o sucesso da escolarização.

    É NOSSA OBRIGAÇÃO ESTUDAR, SEMPRE!

    LEIAM SOBRE ESTE CARA...É O CARA... FORMAÇÃO DE PROFESSORES

    Segundo Nóvoa..."A formação contínua de professores assume uma importância crucial. Por aqui pode passar um esforço de renovação, com consequências ...


    Para melhorar a formação dos professores é necessário termos uma visão interactiva, ou seja, não uma visão apenas teórica ou uma visão exclusivamente prática. Os próprios estudantes, na sua formação, apercebem-se de que há uma espécie de voz paralela em relação a este discurso. Mas há que assumir uma nova postura em relação aos projectos de formação. Uma relação constante entre a teoria e a prática, entre o terreno escolar e o terreno universitário. As instituições de ensino superior devem trabalhar os dispositivos pedagógico-didácticos, mas é no terreno escolar/educativo que eles se põem em prática, isto é, observando, praticando, trabalhando, e reflectindo sobre a epistemoogia da prática.É neste vai e vem ? teoria/prática ? que a formação dos professores deve ser construída. E mais ainda: a formação centrada nesta articulação entre teoria e prática, deve trabalhar valores, atitudes e comportamentos direccionados para a refundação de uma nova ordem mundial, transformadora/emancipadora, consubstanciada em novas perspectivas críticas de educação para a cidadania.
    É evidente que as necessidades de formação são múltiplas e os constrangimentos sociais e institucionais não têm fim. Mas é importante ter consciência de que um bom projecto de formação exigecombinar diferentes racionaldades ? técnica, prática e crítica ? centradas na reflexão crítica sobre as práticas educativas e negociação em equipa pelos vários actores. Só com um processo de conscientização crítica, reflectindo sobre as práticas, é que se pode melhorar o processo de formação. Mas sentimos que ainda há um longo caminho a percorrer.

    DE PROFESSOR PARA PRFESSOR...

    PARÁBOLA DO LÁPIS


    No princípio o fazedor de lápis falou ao lápis dizendo:

    - Precisas saber cinco coisas antes que eu te mande ao mundo. Lembre-as sempre e tornar-te-ás no melhor lápis que podes ser.

    PRIMEIRO

    Serás capaz de fazer grandes coisas, mas apenas se permitires ser seguro pelas mãos de alguém.

    SEGUNDO

    De tempos em tempos experimentarás cortes doloridos, mas isto é necessário para que te tornes um lápis melhor.

    TERCEIRO

    Tens a habilidade para corrigir qualquer erro que possas cometer.

    QUARTO

    O mais importante em ti será sempre o que está dentro.

    QUINTO

    Tens de continuar escrevendo em qualquer condição. Deves sempre deixar uma marca clara e legível, não importa o quão difícil seja a situação.

    O lápis compreendeu, prometendo lembrar, e foi para a caixa ciente do desejo do seu criador.

    Agora substituindo o lugar do lápis por ti; lembre-as sempre e nunca te esqueças, e tornar-te-ás a melhor pessoa que podes ser.

    1 -Serás capaz de grandes coisas, mas somente se permitires ser sustentado pelas mãos de Deus, e deixar que outros se aproximem para partilhar dos muitos dons que tens.

    2 -De tempos em tempos experimentarás sofrimentos profundos, ao enfrentar os vários problemas, mas isto te será necessário para te tornares uma pessoa forte.

    3- Serás capaz de corrigir erros que talvez cometas, e mesmo crescer com eles.

    4- O mais importante será sempre o que está dentro de ti.

    5 - Por onde andares, tens de deixar tuas marcas. Não importa a situação, deves continuar servindo a Deus em tudo.

    Todo mundo é como um lápis... Feito pelo Criador com um propósito único e especial.

    Compreender e lembrar permite-nos continuar a vida com significado no coração e na relação diária com Deus.

    FOSTE FEITO PARA REALIZAR GRANDES COISAS!!

    TODO TEXTO TEM SUA FUNCIONALIDADE E ESTE É FAZER VOCÊ, AMIGO(A) , PENSAR!!!!

    O VESTIDO AZUL - textos preferidos


    Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita. Ela freqüentava a escola local. Sua mãe não tinha muito cuidado, e a criança quase sempre se apresentava suja. Suas roupas eram muito velhas e maltratadas.

    O professor ficou penalizado com a situação da menina. "Como é que uma menina tão bonita, pode vir para a escola tão mal arrumada?"
    Separou algum dinheiro do seu salário e, embora com dificuldade, resolveu comprar-lhe um vestido novo. Ela ficou linda no vestido azul.

    Quando a mãe viu a filha naquele lindo traje, sentiu que era lamentável que sua filha, vestindo aquela roupa nova, fosse tão suja para a escola.

    Por isso, passou a lhe dar banho todos os dias, pentear seus cabelos e cortar suas unhas. Quando acabou a semana, o pai falou:
    - Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more em um lugar como este, caindo aos pedaços? Que tal você ajeitar a casa? Nas horas vagas, eu vou dar uma pintura nas paredes, consertar a cerca e plantar um jardim.

    Logo, a casa destacava-se na pequena vila pela beleza das flores que enchiam o jardim, e o cuidado em todos os detalhes.

    Os vizinhos ficaram envergonhados por morarem em barracos feios e resolveram também arrumar as suas casas, plantar flores, usar pintura e criatividade. Em pouco tempo, o bairro todo estava transformado.

    Um homem, que acompanhava os esforços e as lutas daquela gente, pensou que eles bem mereciam um auxílio das autoridades. Foi ao prefeito expor suas idéias e saiu de lá com autorização para formar uma comissão para estudar os melhoramentos que seriam necessários ao bairro.

    A rua de barro e lama foi substituída por asfalto e calçadas de pedra. Os esgotos a céu aberto foram canalizados e o bairro ganhou ares de cidadania. E tudo começou com um vestido azul.

    Não era intenção daquele professor consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse o bairro. Ele fez o que podia, fez a sua parte. Fez o primeiro movimento que acabou fazendo com que outras pessoas motivassem-se por melhorias.

    Será que cada um de nós está fazendo a sua parte no lugar que vive? Ou por acaso somos daqueles que somente apontam os buracos da rua, as crianças à solta sem escola e a violência do trânsito?

    Lembremos que é difícil mudar o estado total das coisas. Que é difícil limpar toda a rua, mas é fácil varrer a nossa calçada. É complicado mudar o mundo, mas é possível plantar uma rosa azul.

    Autor Desconhecido
    Letramento e alfabetização: as muitas facetas” e “As muitas facetas da alfabetização” - MAGDA SOARES

    Com a invenção do termo letramento deveria ocorrer a reinvenção da alfabetização que não deveria limitar-se ao "ler e escrever" mecânico. Através da "reinvenção da alfabetização" para a evolução de uma nova concepção que deve estar relacionada com o letramento, surge a dúvida: ser alfabetizado é ser letrado?

    Por volta dos anos 80, em alguns países europeus como França,Portugal e Inglaterra, nos Estados Unidos e no Brasil ocorreu ao mesmo tempo a invenção do termo letramento. Inúmeros livros e artigos foram publicados a respeito do assunto. A Unesco ao final dos anos 70, propôs uma ampliação da interpretação conceitual das palavras literate (saber ler e escrever→ be literate) para functionally literate (alfabetização funcional) e sugeriu: "que as avaliações internacionais sobre o domínio de competência de leitura e escrita, fossem além do medir apenas a capacidade de saber ler e escrever", demonstrando uma certa "preocupação" com a atribuição de uma funcionalidade, um sentido, um significado ao ensino da leitura e da escrita.Apesar da preocupação dos países com relação às práticas sociais da leitura e da escrita terem ocorrido no mesmo período, as semelhanças restringem-se a este ponto, poiso Brasil se encontrava e ainda se encontra deficiente com relação a sua forma de alfabetização e boa parte da sua população ainda é analfabeta. O que não ocorre com os outros países europeus, que em sua maioria já dominam o sistema da escrita devido à passagem de seus integrantes pela escolarização básica.

    Como enfatizar a preocupação com o letramento em um país como o Brasil, cujos indivíduos, quando conseguem ter acesso às escolas, não possui escolarização básica? Como verificar de forma eficaz a quantidade de alfabetizados e letrados se ao menos possuímos um mapeamento preciso sobre a realidade da educação? Essas são questões que deveriam ser priorizadas e resolvidas antes de qualquer outra preocupação. Os países ditos "1º mundo" não se encontram envolvidos em um caos educacional como o nosso, os problemas que já foram resolvidos lá, ainda precisam ser aplicados aqui.

    A autora explica que o conceito de alfabetização e letramento entre essas nações são diferentes. Nos países considerados "primeiro mundo" a preocupação com o letramento é mais evidente, pois, a desapropriação da habilidade de leitura e escrita para intervenções sociais e profissionais é o alvo de inquietação, o que não osimpedem de promover discussões e debates sobre o tema alfabetização. Nestes países alfabetização e letramento são tratadas de forma distinta: alfabetizar é a aquisição da leitura e da escrita e letramento é o desenvolvimento da linguagem e a compreensão da sua função social,o que não ocorre em países como o Brasil, cujos conceitos se misturam, se confundem, perdendo-se a individualidade, e em alguns casos atéo verdadeiro sentido epistemológico.Os professores tentam utilizar técnicas sem ter real conhecimento delas, além de em sua maioria não se encontrarem devidamente preparados para relacionar o ensino dos métodos com as vivências sociais e culturais tornando conseqüentemente o ensino e o aprendizado vazio e desestimulante.

    No Brasil, por volta dos anos 40, os Censos Demográficos consideravam alfabetizados os sujeitos que declarassem saber ler e escrever o próprio nome. Desde então a mídia vem divulgando dados estatísticos que apontam baixo índice de alfabetização (18% em 1991 - Folha de São Paulo), no entanto o número de analfabetos funcionais é generoso, pois parte deles, considerados como "desqualificados" possuíam menos de quatro anos de escolarização. Como pensar letramento em condições inadequadas e ainda mal resolvidas de alfabetização? A autora expõe dados com este, como meio de tentar alertar a realidade a qual estamos inseridos, e que nos revela o quanto o educador ainda precisa fazer pelo país. O Brasil tenta importar as idéias de outros países e copiá-las sem ao menos preparar e organizareducacional e dignamente a sua realidade.

    Soares ressalta que mesmo em produções acadêmicas, o conceito de letramento e alfabetização se confundem. Entretanto, não nega a importância da relação que uma deve ter com a outra, concorda que ambas devem estar sempre em interação, no entanto suas diferenças conceituais devem ser preservadas e a atenção somente direcionada ao letramento pode acabar apagando a real concepção de alfabetização, o que a mesma chama de "desinvenção da alfabetização", ou sejaa falta de especificidade do processo de alfabetização, que é, também, um dos motivos geradores do fracasso escolar. Ascende-se o letramento e alfabetização torna-se camuflada. De que adianta conhecer as letras e não compreender o seu sentido e vice- versa? Para que servem teorias sem métodos para aplicá-las? "Defender o processo de alfabetização não é dissociá-lo do processo de letramento"(SOARES.Magda,2003). Não deve haver excessos, para que não haja fracassos. Não se deve preservar uma faceta e esquecer da outra.

    Magda Soares, no texto: "As muitas facetas da alfabetização", procura expor as diversas facetas inclusas na concepção de alfabetização. Revela a existência de aspectos psicológicos, sociolingüísticos e culturais que precisam ser considerados.

    Alfabetizar é a técnica de aquisição da língua (oral e escrita) cujo processo é estático, ou seja, com tempo estipulado ou prazo para o aprendizado. No entanto, o desenvolvimento da linguagem (letramento) é um processo contínuo, no decorrer das nossas vidas poderemos ter a possibilidade de aprimorá-lo, acrescendo novas construções e conhecimentos .

    O aluno que lê tende a saber escrever, porém nem sempre compreende o significado e o sentido da escrita. Soares busca explicar a diferença entre um aprendizado meramente mecânico e outro com compreensão e sentido.

    Apesar das diferenças conceituais entre alfabetização e letramento ambas estão relacionadas no momento em que a aquisição do código, da escrita (a técnica) e o seu desenvolvimento (o letramento) permitirão que a criança construa esquemas utilizando-se dos códigos para relacioná-los a uma função social, um objetivo, um sentido. A técnica é tão importante quanto o seu desenvolvimento. A relação estabelecida entre letras e sons precisa ser compreendida pelos discentes, para isso o conhecimento técnico precisa ser ensinado de forma significativa sendo necessário, o conhecimento das letras, sílabas, palavras, sinais e sons, e a relação destes conteúdos com as vivências sociais e culturais transformando o aprendizado. Aos poucos os educandos vão descobrindo a importância da escrita e da oralidade no cotidiano, compreendendo sua função social. Escrever cartas, bilhetes, ler histórias, contos, receitas, bulas de remédios, correspondências, números de casas, "outdoors", panfletos, interpretar sinais (de trânsito, por exemplo), declarar-se, cantar, apresentar discursos entre tantos outros, são uma das inúmeras funções sociais que o aprendizado da leitura e da escrita nos oferecem. Para entender o nosso meio é necessária a compreensão desses códigos, pois abrirão as portas de entrada nesse mundo de relações, comunicação e expressão que a linguagem nos oferece.

    "(...) uma teoria coerente da alfabetização deverá basear-se num conceito desse processo suficientemente abrangente para incluir a abordagem "mecânica"do ler/ escrever; o enfoqueda língua escrita como um meio de expressão/ compreensão, com especificidade e autonomia em relação à língua oral; e, ainda, os determinantes sociais das funções e fins da aprendizagem da língua escrita."(SOARES,Magda 2003)

    Os educadores têm a possibilidade de aguçar nos alunos à vontade de querer aprender a ler e escrever revelando-lhes a importância destes recursos para um melhor entendimento do meio social, cultural e político.

    No aspecto social o conceito de alfabetização não é igual para todas as sociedades. A cultura influencia na formação do conceito de alfabetização. Em algumas nações, um adulto não se encontrar alfabetizado pode ser um problema, para outras não. Para caçar, por exemplo, os índios não precisam saber ler e escrever, necessitam de outros tipos de conhecimentos algumas vezes adquiridas hereditariamente. E tantas outras civilizações que utilizam outros conhecimentos para exercerem diferentes funções sociais.


    A PESQUISA É A FORMA DE SE APRENDER COM MAIS RAPIDEZ E OBJETIVIDADE...

    LEIA MUITO, LEIAM SEMPRE!

    BJS
    A importância de contar histórias
    Saiba como incentivar seu filho a gostar de ler


    Durante a infância, as histórias contadas colaboram com a espontaneidade, o poder de imaginar, criar e produzir. Mesmo que a criança ainda não seja alfabetizada, o hábito da leitura deve ser incentivado desde cedo, mesmo que os pequenos ainda não conheçam o significado de todas as palavras e não captem totalmente a mensagem da história.

    Segundo a educadora Lívia Lombardo, graduada em letras e jornalismo, a prática reflete na educação e no caráter da criança. “Mostrar ao filho que a leitura é algo gostoso e divertido é o passo inicial”.

    Soraia Melo, coordenadora da ONG Proeco (Projeto Educacional de Conscientização e Orientação) e contadora de histórias, fala que ao escutar uma história, a criança cria uma nova realidade para sua vida. “Ela passa a se colocar nos mais variados papéis sociais, sem medo ou pudor do que os outros possam achar. E é na infância que a pessoa vai executar essa tarefa da melhor forma.”


    Nada melhor do que reservar um tempo calmo para ler com o seu filho

    PENSEM NISSO....

    BJUS
    A Magia de Educar



    Quando você houve a palavra Educar que palavra vem 1º a sua mente?

    *Amor

    *Paciência

    *Sabedoria

    *Dedicação

    *Troca

    *Cuidados

    *Magia

    E então? Complicado? Nem tanto, pois educar é tudo isso e mais um pouco... contudo, quem educa tem o DOM de ser amoroso, paciente, sábio, dedicado, instrumento de troca (experiências), cuidadoso e porquê não... ser Mágico?!

    Agora, vem a grande questão: E para que Educar? Bem, não estou aqui para dar as respostas e nem buscá-las, mas sim construí-las.

    Este Blog tem como Objetivo Principal re-pensar no papel da Educação na atualidade, com isso gostaria de poder reunir aqui o maior números de educadores possíveis.

    O Blog está aberto para colaboradores, caso tenha interesse mande-me um e-mail (ver seção no Perfil) - também aceito sugestões, críticas e reclamações. Tudo para melhorar nossos futuros encontros!
    PARANDO E PENSANDO...

    PAZ + TRABALHO = SUCESSO

    1ª - 'Para obter algo que você nunca teve, precisa fazer algo que nunca fez'.

    2ª - 'Quando Deus tira algo de você, Ele não o está punindo, mas apenas abrindo suas mãos para receber algo melhor'.

    3ª - 'A Vontade de Deus nunca irá levá-lo aonde a Graça de Deus não possa protegê-lo'.

    A educação precisa de pessoas de coragem, de amor e de fé!

    Soraia Galdino

    domingo, 23 de maio de 2010

    ALFABETIZAÇÃO

    O que é construtivismo? Quem são Emília Ferrero e Ana Teberosky? Que contribuições têm essas autoras a dar com relação à alfabetização?Este texto de Marília Duran é uma contribuição para o entendimento das noções e termos usados dentro do referencial construtivista.
    Clique aqui para ler o texto na íntegra. Para isso você precisa ter o programa Acrobat Reader. Para instalá-lo, clique aqui.
    "O construtivismo não é um método para a prática pedagógica. No entanto, o construtivismo contribui para o entendimento da forma como ocorre o aprendizado, e, nesse sentido, influencia na definição dos objetivos da educação formal e na formulação da intervenção pedagógica."
    "Ao introduzirem uma linha de investigação evolutiva no campo da escrita, FERREIRO e TEBEROSKY trazem a possibilidade de melhor se entender a questão específica da escrita, até então ausente daspesquisas feitas pela Linguística, pela Psicologia, pela Pedagogia."
    "FERREIRO oferece-nos um instrumental de possibilidades de ver a criança no seu processo de aquisição da escrita, de verificar o que ela sabe e o que ela não sabe, porque é no que ela ainda não sabe, no que ela pode e tem condições de fazer com ajuda, com interferência do adulto, que o professor vai atuar. Nesse sentido, a descrição evolutiva ultrapassa o nível do diagnóstico e da avaliação inicial e contribui efetivamente para informar o desenho de situações deensino/aprendizagem."
    "Muitas vezes a criança pergunta: "Está certo?". E o professor responde: "Está.". O que a criança procura ao fazer suas perguntas? O que ela está querendo de nós, professores? Ela está querendocompartilhar a sua escrita, o que significa também o reconhecimento de uma imposição social da forma ortográfica. A escrita tem um valor social exatamente porque pode ser compartilhada. Portanto, escrever, por exemplo, pato com apenas a e o não é algo que possa ser compartilhado...""...a aprendizagem da leitura e da escrita não se dá espontaneamente; ao contrário, exige uma ação deliberada do professor e, portanto, uma qualificação de quem ensina. Exige planejamento e decisões a respeito do tipo, freqüência, diversidade, seqüência das atividades de aprendizagem. Mas essas decisões são tomadas em função do que se considera como papel do aluno e do professor nesse processo; por exemplo, as experiências que a criança teve ou não em relação à leitura e à escrita. Incluem, também, os critérios que definem o estar alfabetizado no contexto de uma cultura."


    Marília Claret Geres Duran
    ALFABETIZAR É RESPEITAR O TEMPO DA CRIANÇA.

    TODA CRIANÇA É CAPAZ DE APRENDER....



    LI, GOSTEI E COMPARTILHEI!

    “Esse menino não tem jeito pro estudo” (palavras de um pai). “Quando eu tinha 10 anos e vi que não conseguia passar do segundo ano, eu mesmo falei: eu num dô pro estudo e comecei a trabalhar.” (Menino trabalhador, 13 anos).


    Quantos de nós não conhecemos depoimentos como estes, de pessoas que largaram os estudos precocemente e hoje cerram as fileiras dos brasileiros que não exercem plenamente sua cidadania? Existe, em nosso senso comum, uma crença arraigada de que certas pessoas, desde pequenas, manifestam uma falta de jeito, uma inaptidão para o estudo e que, por mais que se faça, não é possível mudar esse quadro.


    Tanto no imaginário social como, infelizmente, na própria cultura escolar, essa crença é freqüentemente reprisada. Às vezes ela aparece na simplicidade das formulações das pessoas de baixa escolaridade. Às vezes ela aparece travestida de argumentos técnicos da maior competência. Porém, quando procuramos analisar esse quadro, com olhos um pouco mais críticos, nos deparamos sempre com a velha e conhecida cultura da repetência.


    A cultura da repetência se sustenta numa série de mitos, muito conhecidos de todos. Vejamos alguns deles:


    - criança pobre só vem à escola para comer


    - repetir o ano é bom para o aluno pegar base


    - professor bom é aquele que reprova


    - as famílias pobres não dão valor à escola


    - a criança desnutrida na primeira infância está irremediavelmente condenada ao fracasso escolar


    Embora existam análises de especialistas sérios e respeitados, mostrando que tudo isso não é verdade, as pessoas se apegam a essas afirmações como se elas fossem dogmas de fé ou postulados científicos irrefutáveis.


    Por quê? Porque acreditar nisto faz com que a culpa e responsabilidade pelo fracasso escolar recaiam sobre a criança e sobre a sua família.


    Assim, ficam isentos de maiores responsabilidades, a escola e as autoridades responsáveis pela política educacional.


    Os mitos da repetência devem ser questionados e criticados em sua falta de fundamento. Todos precisam saber que, quando não são deslavadas mentiras, eles não passam de meias verdades usadas de maneira incorreta e injusta contra as crianças.


    Quando uma criança não está aprendendo, o que temos de mudar é o modo, o jeito de ensinar, e não declarar a criança como incapaz de aprender.


    Os critérios de avaliação devem ser também revistos. A avaliação deve ser usada como instrumento para detectar dificuldades e melhorar o jeito de ensinar do professor, e não para condenar a criança.

    A culpa pelo fracasso não pode ser impingida só ao aluno. Essa é uma responsabilidade que deve ser compartilhada pela família e pela escola, que precisam trabalhar juntas pela superação das dificuldades que a criança vem enfrentando.


    Pais, professores e entidades que trabalham com crianças devem procurar entender e praticar o respeito à individualidade de cada uma delas. Nem todas aprendem do mesmo jeito e no mesmo ritmo, embora todas sejam capazes de aprender. Por isso, não é justo condenar uma parte das crianças ao fracasso.


    É preciso que a escola, os pais e as entidades comunitárias, que trabalham com crianças, difundam ao máximo os gestos, as atitudes, as palavras que reforçam a auto-estima das crianças e favoreçam o seu sucesso na sala de aula e na vida. Pequenas palavras e gestos, que não custam nada aos adultos, podem ser decisivos na vida de uma criança.

    Esse texto foi enviado por Nair Cardoso de Freitas Inoue - Educadora

    Prof. Agente de Leitura-Sobral

    DESCUBRAM O BRILHO E MAGIA DE UMA MARAVILHOSA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA...

    CONHEÇAM ESTE TRABALHO QUE ENCANTA A TODOS INDEPENDENTE DA IDADE!!!
    Comunidade destinada a todos os Professores Agentes de Leitura que tem pela frente a árdua missão de contar e encantar crianças de todas as idades com histórias infantis, contos, enfim...

    Deixe sua criatividade falar e boa sorte em nossa jornada.

    "Um país é feito de HOMENS e de LIVROS".

    (Monteiro Lobato)

    UMA GRANDE MULHER...

    Motivo

    Eu canto porque o instante existe
    e a minha vida está completa.
    Não sou alegre nem sou triste:
    sou poeta.

    Irmão das coisas fugidias,
    não sinto gozo nem tormento.
    Atravesso noites e dias
    no vento.

    Se desmorono ou se edifico,
    se permaneço ou me desfaço,
    - não sei, não sei. Não sei se fico
    ou passo.

    Sei que canto. E a canção é tudo.
    Tem sangue eterno a asa ritmada.
    E um dia sei que estarei mudo:
    - mais nada.

    Cecília Meireles

    BEM INTERESSANTE...

    “As palavras são portas e janelas. Se debruçarmos e repararmos, nos inscrevemos na paisagem.
    Se destrancarmos as portas, o enredo do universo nos visita. Ler é somar-se ao mundo, é iluminar-se
    com a claridade do já decifrado. Escrever é dividir-se. Cada palavra descortina um horizonte, cada frase
    anuncia outra estação. E os olhos, tomando das rédeas, abrem caminhos, entre linhas, para as viagens
    do pensamento. O livro é passaporte, é bilhete de partida. A leitura guarda espaço para o leitor imaginar
    sua própria humanidade e apropriar-se de sua fragilidade, com seus sonhos, seus devaneios e sua experiência.
    A leitura acorda no sujeito dizeres insuspeitados enquanto redimensiona seus entendimentos. Há
    trabalho mais defi nitivo, há ação mais absoluta do que essa de aproximar o homem do livro?”.
    Bartolomeu Campos de Queirós
    LENDO... PENSANDO... MODIFICANDO CONCEITOS!

    Nos dias de hoje, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever, tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas contemporâneas. Há alguns anos, não muito distantes, bastava que a pessoa soubesse assinar o nome, porque dela, só interessava o voto. Hoje, saber ler e escrever de forma mecânica não garante a uma pessoa interação plena com os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras em diferentes contextos.

    Afinal, o que falta a uma pessoa que sabe ler e escrever? Por que muitos terminam a Educação Básica e não conseguem entender uma bula de remédio ou redigir uma simples carta?

    A preocupação com o analfabetismo funcional levou os pesquisadores ao conceito de “letramento” em lugar de “alfabetização”. O conceito de alfabetização tornou-se insatisfatório.

    Assim, nas sociedades letradas, ser alfabetizado é insuficiente para vivenciar plenamente a cultura escrita e responder às demandas da sociedade. Mas, o que é letramento? Letrar é melhor que alfabetizar? O que é uma pessoa letrada? Quais as diferenças entre alfabetizar e letrar? Quando se pode dizer que uma criança ou um adulto estão alfabetizados? Quando se pode dizer que estão letrados? É possível alfabetizar letrando?

    Estaremos discutindo, então, os conceitos de letramento e alfabetização. Atrelada a esses dois conceitos, abordaremos a importância de o professor incentivar a leitura e a escrita de diferentes gêneros textuais, a fim de que forme verdadeiros leitores e escritores.

    Leiam : ENTRE(ATOS) DO OFÍCIO

    ENTRE(ATOS) DO OFÍCIO
    ANA SORAIA SILVA GALDINO é graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA e atua como professora do 2º ano na Escola Carlos Jereissati.

    "SEM A CURIOSIDADE QUE ME MOVE, QUE ME INQUIETA, QUE ME INSERE NA BUSCA, NÃO APRENDO NEM ENSINO." (Paulo Freire)

    Falando de Leitura e Escrita


    Muito interessante o artigo da Elvira Souza Lima sobre leitura e escrita na alfabetização. Ela inicia o artigo falando da educação brasileira no momento atual e, também sobre a necessidade de mudanças na forma de ensinar "porém isto não significa que precisemos inventar uma pedagogia absolutamente nova".
    Elvira destaca ainda, a importância da socialização do conhecimento pedagógico "infelizmente nesse país nada é socializado, mesmo dentro do estado as pessoas não ficam sabendo o que está sendo feito, as redes municipais trabalham isoladas umas das outras."
    Para a autora é fundamental que os educadores saibam mais sobre o funcionamento da memória, por isso, faz uma abordagem a respeito das contribuições da neurociência no conhecimento pedagógico e clama por mudanças na formação continuada dos professores "eu acho que se tivéssemos um curso no currículo para todo educador sobre memória, outro sobre função simbólica, outro sobre imaginação, os professores ficariam com mais instrumentos para lidar com esse ser humano que chega à sala de aula..."